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A Necessidade da Profissionalização no Mercado de Marketing de Influência

Os influenciadores digitais são figuras-chave no universo do marketing digital. Eles se expressam através das redes sociais, criando conteúdo e impactando indivíduos e comunidades. Ao longo do tempo, seus seguidores se tornam leais e engajados, fazendo com que esses influenciadores tenham o poder de ditar comportamentos e mentalidades.

Antes considerados apenas usuários comuns da internet, muitos indivíduos ganharam fama ao produzir conteúdo de forma consistente e divulgá-lo nas redes sociais. Com o passar do tempo, esses criadores de conteúdo conseguiram atrair um número significativo de seguidores, o que os transformou em influenciadores digitais.

O mercado brasileiro de influenciadores digitais é um dos mais prósperos do mundo, com um número crescente de pessoas se destacando nesse meio. Segundo uma pesquisa realizada 75% dos jovens brasileiros desejam se tornar influenciadores, sendo a questão financeira a principal motivação para iniciar na carreira.

Porém, apesar do crescimento exponencial do mercado de influência digital, a falta de profissionalização é um problema persistente. Muitos influenciadores ainda enfrentam propostas absurdas de empresas e há uma disseminação de desinformação e plágio de conteúdo. A profissionalização é, portanto, essencial para a sustentabilidade e legitimidade desta profissão.

Os influenciadores digitais já são uma realidade do mercado atual, movimentando bilhões de dólares anualmente. No Brasil, a quantidade de influenciadores digitais supera a de engenheiros, sinalizando que essa profissão não é mais uma tendência, mas sim o presente.

Tanto é verdade que em fevereiro de 2022, o Brasil reconheceu a atividade do “influenciador digital” como uma profissão, registrada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) sob o nº 2.534-10. Embora a ocupação seja reconhecida, ela ainda não é regulamentada, destacando a necessidade de regras e normas que orientem essa profissão.

Com a ascensão dos influenciadores digitais e a crescente demanda por profissionais neste campo, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de profissionalização para garantir a sustentabilidade e legitimidade dessa carreira. A profissionalização não apenas beneficia os próprios influenciadores, fornecendo-lhes as ferramentas necessárias para prosperar em um ambiente competitivo, mas também eleva os padrões da indústria como um todo.

Ao se profissionalizar, os influenciadores digitais podem adquirir habilidades essenciais, como gerenciamento de marca pessoal, estratégias de marketing, negociação de contratos e criação de conteúdo autêntico e cativante. Além disso, a profissionalização ajuda a estabelecer padrões éticos e de qualidade, protegendo tanto os influenciadores quanto o público consumidor de práticas enganosas ou prejudiciais.

A inclusão da ocupação de influenciador digital na Classificação Brasileira de Ocupações é um passo importante na direção certa, mas ainda há muito a ser feito. A falta de regulamentação significa que os influenciadores continuam a operar em um ambiente pouco estruturado, sujeitos a contratos desvantajosos, falta de transparência e até mesmo questões legais.

À medida que o mercado de influência digital continua a evoluir e a crescer, torna-se cada vez mais evidente que a profissionalização, especialmente do ponto de vista jurídico, é essencial para o sucesso e a sustentabilidade dos influenciadores digitais. Como protagonistas nesta indústria em constante mudança, os influenciadores devem reconhecer a importância de se assegurarem de diversas questões para profissionalizar suas atividades e impulsionar seu crescimento profissional.

Ao se envolverem em parcerias com marcas, produzirem conteúdo patrocinado ou mesmo ao interagirem com seu público, os influenciadores enfrentam uma série de desafios legais que podem impactar diretamente suas carreiras e reputações. Questões como contratos, direitos autorais, responsabilidade por conteúdo e conformidade com regulamentações específicas, como o Código de Defesa do Consumidor, tornam-se cada vez mais complexas à medida que a indústria amadurece.

Ou seja, para aquele profissional que queira de forma séria se manter no mercado de trabalho não existe outra saída senão a profissionalização da sua atividade podendo tal fator, inclusive, fazer diferença na sua remuneração.

Daniel Callejon Barani
Sócio – Scartezzini Advogados Associados

daniel.barani@scartezzini.com.br

Publicado 25/07/24 por Daniel Barani.


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