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A ascensão da cultura do cancelamento: O impacto do cancelamento de influenciadores digitais no cenário digital

Ao longo dos últimos anos, temos testemunhado um fenômeno em ascensão chamado de “cultura do cancelamento”. Essa cultura tem se espalhado rapidamente no cenário digital, principalmente nas redes sociais, e tem tido um impacto significativo na vida de muitos influenciadores digitais. Mas afinal, o que é a cultura do cancelamento e como ela tem afetado o mundo digital e o que fazer quando ela te afeta?

Para compreendermos a cultura do cancelamento, é importante primeiro entender o cenário digital em que ela se desenvolve. Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram uma parte fundamental da vida das pessoas. Plataformas como Instagram, YouTube e Twitter têm permitido que influenciadores digitais construam audiências massivas e se tornem referências em diferentes áreas, como moda, beleza, fitness e muito mais. Esses influenciadores têm o poder de impactar as opiniões e comportamentos de milhões de seguidores, o que os torna alvos potenciais da cultura do cancelamento.

Os influenciadores digitais têm se tornado verdadeiras celebridades da era digital. Eles têm o poder de criar conteúdo persuasivo, que muitas vezes é consumido de forma passiva pelos seus seguidores. Essa influência é tão poderosa que marcas e empresas têm utilizado influenciadores como uma forma de alcançar seu público-alvo de maneira mais autêntica e eficaz. No entanto, essa influência também pode ser uma faca de dois gumes, pois os influenciadores estão sujeitos a críticas e cancelamentos por parte de seus seguidores.

A cultura do cancelamento pode ser definida como um movimento em que indivíduos ou grupos públicos boicotam ou rejeitam uma pessoa, marca ou empresa que tenha feito ou dito algo considerado ofensivo, problemático ou inaceitável. Esse boicote geralmente é feito publicamente, nas redes sociais, e tem o objetivo de expor e punir o indivíduo ou entidade cancelada. A cultura do cancelamento tem sido amplamente debatida, pois algumas pessoas acreditam que ela é uma forma de responsabilizar as pessoas por suas ações, enquanto outras a consideram uma forma de linchamento virtual.

Nos últimos anos, vários influenciadores digitais foram alvo da cultura do cancelamento resultando na perda de milhares de seguidores e contratos com marcas, podendo ter um impacto devastador nas suas carreiras e em suas vidas pessoal e levando a danos irreparáveis na reputação do influenciador, resultando em um declínio significativo em seu alcance e influência. Além disso, os influenciadores cancelados podem enfrentar ataques online, ameaças de morte e até mesmo problemas de saúde mental devido ao bullying virtual. O impacto psicológico do cancelamento não pode ser subestimado, pois muitos influenciadores têm sua autoestima e identidade ligadas à sua presença nas redes sociais.

Para os influenciadores digitais e as marcas que lidam com o cancelamento, existem algumas estratégias que podem ser adotadas. Em primeiro lugar, é importante ouvir e levar a sério as críticas recebidas. Reconhecer os erros cometidos e se desculpar publicamente, de maneira sincera, pode ajudar a reconstruir a confiança dos seguidores e do público em geral. Além disso, é essencial manter a calma e responder com empatia, mesmo diante de críticas e ataques. Ao invés de se envolver em discussões acaloradas, é importante buscar o diálogo construtivo e mostrar disposição para aprender e evoluir. Por fim, é fundamental investir na construção de uma marca forte e autêntica, baseada em valores sólidos, para que a reputação não seja abalada facilmente.

O cancelamento online tem se tornado uma questão jurídica relevante. Para proteger-se contra os danos decorrentes do cancelamento, pode-se adotar diversas estratégias jurídicas sempre orientadas por advogados para se propor as medidas adequadas. É essencial que os influenciadores estejam atentos às leis de difamação e calúnia, que oferecem mecanismos para combater acusações falsas ou difamatórias e, ainda, considerar ações judiciais por danos morais, buscando reparação pelos prejuízos causados à reputação e à imagem. Outra estratégia é a elaboração de contratos e acordos jurídicos claros com marcas e parceiros, estabelecendo diretrizes para o uso do conteúdo produzido e protegendo os influenciadores de possíveis consequências jurídicas do cancelamento. Em última instância, a defesa da liberdade de expressão e o respeito aos direitos individuais devem guiar as estratégias jurídicas adotadas pelos influenciadores diante do cancelamento online.

Em conclusão, a cultura do cancelamento tem se tornado cada vez mais presente no cenário digital. Influenciadores digitais estão sujeitos a serem cancelados por suas palavras, ações ou até mesmo por equívocos. O impacto do cancelamento pode ser devastador, afetando a carreira, a vida pessoal e a saúde mental dos influenciadores. Além disso, as marcas e empresas que trabalham com influenciadores também podem ser afetadas pelo cancelamento, colocando em risco sua reputação e relacionamento com os consumidores. É fundamental que tanto os influenciadores quanto as marcas estejam preparados para lidar com o cancelamento e adotem estratégias eficazes para minimizar os danos.

Daniel Callejon Barani
Sócio – Scartezzini Advogados Associados

daniel.barani@scartezzini.com.br

Publicado 25/07/24 por Daniel Barani.


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